segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Meditação – Parábola da Lagoa


No fundo da lagoa que abastecia de água a aldeia Vajrakutir, havia um diamante. Dois homens resolveram procurar a valiosa gema observando a partir da superfície. A face norte da lagoa era assolada por ventos que encrespavam a superfície das águas. Do outro lado, na face sul, as montanhas protegiam-na dos ventos  e a superfície era serena. Assim, o homem que tentou ver o fundo da lagoa pelo norte nada enxergou, pois havia uma barreira de turbulência entre ele e a pedra preciosa. Mas o que divisou pelo sul, conseguiu ver o fundo da lagoa e o tesouro que lá estava.
A lagoa é a mente. O diamante é o Púrusha, o Self, a Mônada. A superfície encrespada é a turbulência das ondas mentais (chitta vritti). A superfície serena corresponde à supressão da instabilidade da consciência ( chitta vritti nirôdhah*).


Praticando meditação, nosso objetivo é parar a mente e passar a fluir a consciência por outro canal, o do conhecimento direto ou intuição. Parando as ondas mentais, podemos ver o diamante no fundo de nós mesmos, ou seja, alcançar o autoconhecimento.
*Chitta, habitualmente traduzido como mente, significa mais apropriadamente consciência. Vritti, pode ser traduzido como onda, vibração, modificação, instabilidade. Nirôdhah, significa cessação, supressão, eliminação. Assim sendo, podemos traduzir a célebre definição do Yôga Sútra “Yôga chitta vritti nirôdhah” como “o Yôga é a parada das ondas mentais” ou, numa tradução melhor, “o Yôga é a supressão da instabilidade da consciência.”

Fonte: Tratado de Yôga, DeRose.

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