Vamos estudar
o mesmo tema sob outro ângulo. Continuaremos com a lagoa, mas vamos agora tomar
para exemplo uma flor aquática. Comparemos o processo da meditação à flor de
lótus. O lótus (padma) é muito reverenciado no Oriente. Uma das razões de tal
veneração é devida a que essa flor está associada aos quatro elementos:
terra, água, ar e fogo. Terra, porque suas raízes estão na lama do fundo da
lagoa. Água, pois, sendo uma planta aquática, seu caule sobe por esse elemento.
Ar, já que as pétalas desabrocham na superfície. E fogo, do Sol, sem o qual não
ocorreria a fotossíntese.
Os pés na terra e a cabeça no céu
O outro
motivo do carinho que as culturas orientais votam ao lótus é o grande exemplo
de comportamento na vida que essa flor nos proporciona. Ela tem suas raízes
enterradas no lodo sujo, escuro e mal-cheiroso. No entanto, consegue transmutar
os elementos que dele retira e produzir pétalas imaculadamente limpas,
brancas e perfumadas. É como se nos dissesse: trabalhe com os pés no chão, lide
com o dinheiro, enfrente a imundície mundana, lute bravamente pelos seus
direitos e pelo que você acredita, mas mantenha a cabeça no céu, acima de todas
essas coisas, acima das mesquinharias do mundo.
Os quatro angas superiores
Ainda podemos
estabelecer uma comparação com os angas superiors do Yôga de Pátañjali: as raízes
correspondem ao pratyáhára; o caule simboliza o dháraná; a flor, o dhyána; e o
Sol representa a iluminação, o samádhi.
Fonte: Tratado de Yôga, DeRose
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